Chove à janela do meu quarto
miudinha água mansa e franzina
oiço os barcos e as roncas como rastro
de um Agosto ao contrário do que vinha
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Gosto sempre quando o tempo como lastro
se anuncia na inversa do que o clima
nos daria na certeza de um mastro
que à bolina só seria o que queria
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Chuva cai devagar ou com perícia
da janela vejo os pingos como um castro
um castelo inexpugnável à estultícia
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De pensarmos termos tudo controlado
sermos mestres e mentores da subreptícia
persistência que se quer põe-nos de lado
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( de repente, oiço a gaita do amolador ... se anuncia chuva, ele lá deve saber! )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Agosto de 2009
2 comentários:
Bonito!
Os dias de chuva miudinha no meio do Verão fazem lembrar loucos banhos de mar em que a água parece mais quente, livros da Enid Blyton escondidos em tardes de sesta,quadrados de bolo de chocolate ao lanche, jogos de monopólio em que de repente éramos donos do cinema Tivoli e de um salvo conduto para sair da cadeia (?).
Os Amoladores são das profissões que persistentemente resistem ao alegre desperdício de metais, mesmo em tempo de crise.
No entanto têm um problema, aparecem muito cedo aos fins de semana e quando finalmente nos conseguimos vestir, reunir as facas que não cortam e os guarda chuvas sem varetas e descer as escadas, eles já se foram embora...
Bom fim de semana
Manuela Baptista
800
Atingi as oitocentas consultas ao meu perfil.
Como barómetro, que relação se poderá estabelecer entre estas e a quantidade de pessoas que ao meu blogue o visitam?
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Agosto de 2009
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