Que não alimenta;
Que não faz dinheiro;
Que não se reproduz.
É claro que a verdade não se confina, dura realidade (!), ao belo e à reflexão que lhe subjaz!
Nem o discuto, é por demais evidente ...!
Mas o que sei é que a Estética que, aliás, não prescinde da Ética, tem maiores implicações no real do que, à primeira vista, se possa intuir ou pressentir.
Pergunto:
Que seria da vida sem as artes plásticas?
Que seria da vida sem a música?
Que seria da vida sem a poética que logo e independentemente de outras e distintivas leituras que em outros planos se sobrepõem, enforma os Livros?
Por Livros refiro-me eu e aqui, sem desprimor por todos os outros que de qualidade literária sejam e não excluindo aqueles que de qualquer persecução moralista cada vez mais insuportável são alvo como, tantas vezes, as artes em geral o são (!), refiro-me, escrevia, aos sagrados e de todas as religiões, dos mais antigos resistentes à prova do tempo ...
Que seria das religiões sem a arte!?
Não se reproduz, a Estética, em bens tecnológicos, materiais ou económicos ... quem o poderá garantir!?
Se exalto o belo, crio, pela emoção, eventual oxigenação;
Faço-a replicar-se;
Reproduzir-se e se assim é crio espaço, folga, respiração adicional, esperança;
Sim, esperança!
Se crio respiração adicional, contribuo, inevitavelmente (!), para o equilíbrio ecológico, não se trata de um mero jogo de palavras, para cuja sustentação não basta um normativo pejado de nãos, em si mesmo inquisitivo, por demais desmobilizador;
E se, implicitamente, reforço a Ética, o carácter distintivo, a qualidade no seu mais alto grau e que logo para a Estética, de novo, remete, dou um alento adicional a todas as boas práticas.
Boas práticas que, em si mesmas já são artísticas, estéticas e independentemente de se traduzirem ou não em obras de arte!
Será pouco ...!?
Então que dizer da beleza, da beleza intrínseca, entenda-se (!), que se não for instilada e no stress e aridez em que quotidianamente se vive, nos asfixiarão, secarão em insuportável sufoco!?
O não sufoca e mata, o sim que pela Estética se alimenta e reproduz, nunca pelo não (!), multiplica-se, replica-se e pode, essa sim (!), ser verdadeira e globalmente mobilizadora.
E ainda que apenas a um, a um destinatário ela chegue, toque, imbua que noutro e noutro mais se fará, por natureza, replicar.
Reparem que, não casuisticamente, identifico a Estética tal como a Ética com um sim implícito, com a afirmação, com uma atitude positiva, com um mais que suplanta todos os nãos!
É escusado, diga-se o que se disser (!), a Estética é verdadeiramente contagiosa e aponta para longe, muito mais longe do que o real, em si mesmo, já desvenda, é transformadora e de alcance incalculável!
A Estética que pela Ética e não por falsos moralismos se realiza, conta-se entre os bens mais preciosos, materializáveis, replicantes, hereditários e duradouros.
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Agosto de 2009
3 comentários:
Está muito bom!
Mas...para variar, a esta hora do dia comentar textos complexos não é o meu forte.
Estou mais virada para as brumas, para as encruzilhadas em céu de lua cheia, para as marés baixas, enfim para a Estética.
A Ética trago-a sempre comigo e espero nunca abdicar dela.
Yehudi Menuhin ajudou à beleza desta paragem.
Até amanhã, político.
Manuela Baptista
MEMÓRIA DE ELEFANTE
Seja bem vindo entre os meus seguidores!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Agosto de 2009
MARAT
Morreu Marat e com ele os inquisidores de todos os tipos!
Jaime Latino Ferreira
Estoril,
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