quarta-feira, 5 de agosto de 2009

ACORDAR

Quando eu acordo de meu sonho
o que me resta
-
Sinto suores frios e uma dor na testa
um arrepio na espinha que me infesta
-
Interrogo-me
-
Pergunto a mim mesmo se o que está
tudo o que está escrito para trás
se desmorona a zás
se esfuma como a nuvem que parecendo uma figura
logo desfigura a silhueta
-
Não
-
A nuvem se parecia o que não é
não corresponde ao sonho em que sou
-
Nesse
não há vento ou potestade que o torne em pesadelo
-
Nesse
o colorido luz no seu sopé
porque permanece escrito em Mi ou Ré
-
Nota de música que nos seus cromáticos
se transpõe
vibra como a maré
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Agosto de 2009

2 comentários:

manuela baptista disse...

Se o que escrevemos para trás se desmorona, há sempre a surpresa do que escreveremos para a frente.

Este é um poema de Outono, castanho dourado, com folhas a cair e um som de cello ao fundo.

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA


Há, há sempre a surpresa do que escrevemos para a frente e mais ainda se somada ao que escrito fica para trás.

Um beijo


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Agosto de 2009