terça-feira, 25 de agosto de 2009

DA IMPORTÂNCIA DA ESTÉTICA

Há quem insinue, por actos e por palavras, ser a Estética de somenos e a olhe de viés:
Que não alimenta;
Que não faz dinheiro;
Que não se reproduz.
É claro que a verdade não se confina, dura realidade (!), ao belo e à reflexão que lhe subjaz!
Nem o discuto, é por demais evidente ...!
Mas o que sei é que a Estética que, aliás, não prescinde da Ética, tem maiores implicações no real do que, à primeira vista, se possa intuir ou pressentir.
Pergunto:
Que seria da vida sem as artes plásticas?
Que seria da vida sem a música?
Que seria da vida sem a poética que logo e independentemente de outras e distintivas leituras que em outros planos se sobrepõem, enforma os Livros?
Por Livros refiro-me eu e aqui, sem desprimor por todos os outros que de qualidade literária sejam e não excluindo aqueles que de qualquer persecução moralista cada vez mais insuportável são alvo como, tantas vezes, as artes em geral o são (!), refiro-me, escrevia, aos sagrados e de todas as religiões, dos mais antigos resistentes à prova do tempo ...
Que seria das religiões sem a arte!?
Não se reproduz, a Estética, em bens tecnológicos, materiais ou económicos ... quem o poderá garantir!?
Se exalto o belo, crio, pela emoção, eventual oxigenação;
Faço-a replicar-se;
Reproduzir-se e se assim é crio espaço, folga, respiração adicional, esperança;
Sim, esperança!
Se crio respiração adicional, contribuo, inevitavelmente (!), para o equilíbrio ecológico, não se trata de um mero jogo de palavras, para cuja sustentação não basta um normativo pejado de nãos, em si mesmo inquisitivo, por demais desmobilizador;
E se, implicitamente, reforço a Ética, o carácter distintivo, a qualidade no seu mais alto grau e que logo para a Estética, de novo, remete, dou um alento adicional a todas as boas práticas.
Boas práticas que, em si mesmas já são artísticas, estéticas e independentemente de se traduzirem ou não em obras de arte!
Será pouco ...!?
Então que dizer da beleza, da beleza intrínseca, entenda-se (!), que se não for instilada e no stress e aridez em que quotidianamente se vive, nos asfixiarão, secarão em insuportável sufoco!?
O não sufoca e mata, o sim que pela Estética se alimenta e reproduz, nunca pelo não (!), multiplica-se, replica-se e pode, essa sim (!), ser verdadeira e globalmente mobilizadora.
E ainda que apenas a um, a um destinatário ela chegue, toque, imbua que noutro e noutro mais se fará, por natureza, replicar.
Reparem que, não casuisticamente, identifico a Estética tal como a Ética com um sim implícito, com a afirmação, com uma atitude positiva, com um mais que suplanta todos os nãos!
É escusado, diga-se o que se disser (!), a Estética é verdadeiramente contagiosa e aponta para longe, muito mais longe do que o real, em si mesmo, já desvenda, é transformadora e de alcance incalculável!
A Estética que pela Ética e não por falsos moralismos se realiza, conta-se entre os bens mais preciosos, materializáveis, replicantes, hereditários e duradouros.
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Agosto de 2009

3 comentários:

manuela baptista disse...

Está muito bom!

Mas...para variar, a esta hora do dia comentar textos complexos não é o meu forte.

Estou mais virada para as brumas, para as encruzilhadas em céu de lua cheia, para as marés baixas, enfim para a Estética.

A Ética trago-a sempre comigo e espero nunca abdicar dela.

Yehudi Menuhin ajudou à beleza desta paragem.

Até amanhã, político.

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MEMÓRIA DE ELEFANTE


Seja bem vindo entre os meus seguidores!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Agosto de 2009

Jaime Latino Ferreira disse...

MARAT


Morreu Marat e com ele os inquisidores de todos os tipos!


Jaime Latino Ferreira
Estoril,