quarta-feira, 19 de agosto de 2009

IMAGINÁRIO REAL

Arpad Zsenes, Entre a Luz e a Luz
-
O ABISMO CELESTE
-
É o céu um mar imenso
sem fundo altura ou noção
nesse mar sem ter medida
é o imaginário razão
-
Celestes os corpos navegam
geométricos em suas rotas
há corpos no céu que transfegam
a dimensões outras quais portas
-
São esses outros abismos
mais infindos que o universo
sorvedouros são de meus versos
-
Neles se entra sem ver
invisível combustão
que acelera o meu chão
-
E se, a esta luz, aquecimento global, aceleração histórica e globalização, ganhassem maior e mais consistente verosimilhança, pela travessia de um Buraco Negro a que tivéssemos sido, imperceptivelmente mas com sucesso, sujeitos?
Imaginário real, quem poderia garantir que, pura e simplesmente, nos desintegraríamos!?
Não, não se trata de uma metáfora, de uma imagem poética!
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Agosto de 2009

Fernando Calhau

5 comentários:

manuela baptista disse...

Que o Universo tem uma porta, lá isso tem!
Quanto à travessia de buracos negros, a minha posição continua a mesma, não me pronuncio.

Urano é um planeta especial,por ser o sétimo talvez. Tem o eixo inclinado, uma cor azul-esverdeada e um dos seus anéis é azul.
Será Mágico?

O poema está muito bonito!

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA


Antes de mais, que fique claro que não pretendo forçar um pronunciamento teu!

Mas, o que é um facto, é que outros e eventualmente mais apetrechados do ponto de vista técnico e científico também não se pronunciam ...

Uma vez, alguém que apanhado de chofre diante da minha hipótese, técnica e cientificamente mais bem apetrechado do que tu ou eu, comentou:

- Bem, nessa eventualidade, o mais certo é que logo nos desintegrássemos!

Ao que eu lhe respondi:

- O mais certo talvez mas não necessariamente!

Eu sei que insisto nesta tónica mas não é por acaso que o faço.

Ela é, digamos que axial e nela peso bem as palavras que utilizo.

Mesmo tratando-se de um poema que, como tu dizes, está muito bonito!

É axial e matriz de um feixe múltiplo, astronómico de hipóteses que a não ser encarada poderá fazer com que estejamos a olhar para tudo partindo das permíssias erradas e insusceptíveis de atacar com sageza os múltiplos problemas globais e logo os do equilíbrio ecológico!

E partindo da perspectiva errada, talvez que aí sim, viesse a dar razão a quem com a hipótese da desintegração me respondeu ...!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Agosto de 2009

manuela baptista disse...

...o que é isso de mais bem apetrechado do que eu?
Mesmo do ponto de vista técnico, apetrechos são apetrechos, ou é assim uma muniçãozinha mais pequena?

Estou descaradamente no gozo, não me respondas, please!

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA


Já sabia ...

... e se eu te respondesse!?


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Agosto de 2009

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA


E, no entanto, tens toda a razão:

Apetrechos são sempre apetrechos e a verdadeira munição, para usar uma expressão tua, está na nossa individual capacidade de interpretação e incluindo dos dados que os apetrechos nos possam, eventualmente, fornecer.

E sejam as munições grandes ou pequenas!

Sei que estás a brincar mas, a brincar a brincar se diz o que faltava dizer.

Obrigado


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Agosto de 2009