sábado, 8 de agosto de 2009

PONTO DA SITUAÇÃO

Em que ponto estamos?
Ao longo dos anos, muito mais do que os sete meses de longevidade que leva este meu blogue, nunca me tenho furtado a dizer ou a escrever aquilo que penso quando acho ser oportuno.
Tal tem sido conseguido a troco de um elevado preço que, ele também, me não tem coagido.
De que preço escrevo eu?
De achar que a frontalidade acarreta represálias em consequência ou tão só de achar antes que esta, a frontalidade, mais do que aos outros a mim mesmo me põe à prova nas opções que livremente tomo?
Um pouco das duas coisas mas, fundamentalmente, por achar que ela, a frontalidade, é a mim que me põe, antes de mais, à prova.
Facto é que a reacção dominante que pela minha frontalidade se exprime no silêncio tem sido a prova que sistematicamente me exige, se quisermos, a contra-prova, aquele movimento ou desafio que a mim me vai obrigando, mais e mais, a desfiar este novelo mantendo inabaláveis as expectativas que apenas e à medida que a Obra cresce e pelo ritmo a que se exponencia, se reforçam ainda mais.
Mais porque o silêncio gerou uma Obra que em crescendo se consolida!
Tendo-se escrito e se dos destinatários não vier qualquer resposta, qual será, por regra, a reacção mais natural?
Voltar a escrever, insistir, desistir ou partir a loiça?
Mas se eu mais não lhes parar de escrever como agora, por este meio o continuo a fazer, concedendo-lhes todo o benefício da dúvida, fundamentando e sustentabilizando aquilo que escrevo sem jamais depreciar os meus destinatários e pese embora o seu silêncio, o que poderá acontecer?
Tudo, nada, alguma coisa?
O quê!?
E a eles, aos meus destinatários, num tempo em que se invoca, a torto e a direito, a Educação de que nem por um momento me aparto, com que coerência ficarão eles se não me derem, mais cedo ou mais tarde, qualquer resposta e, sobretudo, tendo em conta a Obra que vou publicamente desenvolvendo?
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( quando morre um actor, humorista e homem bom como Raul Solnado, o choro que se ouve é o eco do riso que nos legou )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Agosto de 2009

4 comentários:

JAIRCLOPES disse...

A tua reflexão me deixa extasiado, parabéns.

Jaime Latino Ferreira disse...

JAIR CORDEIRO LOPES


Seja bem vindo e muito obrigado pelas felicitações!

Tentei corresponder-lhe e seguir também o Seu blogue mas qualquer coisa que não entendo impediu-me de concretizar esses passos.

Logo tentarei de novo.

Uma vez mais, muito obrigado, Seu


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Agosto de 2009

Jaime Latino Ferreira disse...

Jair Cordeiro Lopes


Meu Caro,

Nem mais, editei revisto, o poema que aqui Lhe dediquei!

Um grande abraço


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Agosto de 2009

Maria Emília disse...

É que a alegria e a tristeza moram juntas, comem à mesma mesa e dormem na mesma cama.
Um abraço,
Maria Emília